• Sábado, 14 de Junho de 2025

Empresários e funcionários públicos são acusados de grilagem de terras no Piauí q6b43

Empresários, líderes sindicais e corretores de imóveis foram alvos de uma operação da Polícia Federal 3l6p2q

Operação da Polícia Federal / Foto: divulgação

Um grupo criminoso, formado por 10 pessoas, entre lideranças indígenas, empresários, funcionários públicos, líderes sindicais e corretores de imóveis, é alvo de uma operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (19), para desarticular um esquema de grilagem de terras indígenas no centro-sul do Piauí.

A Operação Aldeia Verde cumpre 2 mandados de prisão preventiva e 5 de busca e apreensão nas cidades piauienses de Teresina, Currais e Bom Jesus, e nas cidades paranaenses de Mamboré e Maringá.

Os alvos foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de invasão de terras públicas (art. 20, Lei nº 4.947/1966), posse e porte de arma de fogo (arts. 12 e 14 da Lei 10.826/2003), associação criminosa (art. 288), falsidade ideológica (art. 299), uso de documento falso (art. 304) e corrupção ativa (art. 333), ameaça (art. 147), dano (art. 163), incêndio (art. 250), corrupção iva (art. 317) e advocacia istrativa (art. 321).

Segundo as investigações, entre meados de 2021 e meados de 2023, o grupo promoveu a invasão de aproximadamente 6.600 hectares de terras da comunidade indígena Akroá-Gamella, situadas na localidade Morro d´Água e Barra do Correntinho, nos municípios de Baixa Grande do Ribeiro, Uruçuí, Bom Jesus e Currais. Eles também usaram de violência e ameaças para expulsar antigos ocupantes.

Para regularizar a posse das terras invadidas e tirar proveito econômico da conduta criminosa, os denunciados praticaram atos de grilagem de terras, forjando processos de regularização fundiária junto ao Instituto de Terras do Piauí (Interpi), mediante a apresentação de declarações falsas e a corrupção dos agentes públicos. O grupo também forneceu armas de fogo e munições para invasores que atuavam sob sua direção, para proteger a ocupação das terras indígenas do interesse do esquema criminoso.

As investigações tiveram início em 2022, quando um dos investigados procurou o MPF em Floriano (PI), para denunciar a existência de conflitos e grilagem de terras na região das comunidades indígenas Jacu e Morro D’Água.


As investigações apontaram que esse denunciante, apesar de se apresentar como indígena, estava atuando, na verdade, como intermediário na venda de terras do povo Akroá-Gamella para empresários oriundos dos estados do Paraná e Mato Grosso, com o auxílio de uma outra pessoa que se apresentava como cacique daquela etnia.

Diante dessas constatações, o MPF então pediu à Justiça Federal os dados telemáticos armazenados na plataforma Google dos aparelhos celulares dos dois investigados.

Como funcionava o esquema

Os articuladores/intermediadores identificavam as áreas íveis de apropriação, como terras devolutas tradicionalmente ocupadas pela etnia indígena. Em seguida, procuravam empresários ligados ao agronegócio, dispostos a adquirir as terras por valores muito abaixo dos praticados no mercado, principalmente considerando o seu caráter inalienável, com a promessa de que tais áreas seriam regularizadas junto ao Interpi, para posterior revenda ou arrendamento para o plantio de monoculturas.

Com os recursos obtidos com os empresários/corretores, os intermediadores cooptavam pequenos trabalhadores rurais da localidade, parentes ou pessoas próximas ao cacique da tribo indígena, mediante a entrega de dinheiro e o fornecimento de alimentos, materiais de construção e de armas, para que ocuem as terras de interesse dos empresários e garantissem, assim, a manutenção da ocupação, expulsando antigos ocupantes da área.

Em contrapartida, os posseiros emitiam procurações para que o intermediário exercesse o direito de posse em nome dos "laranjas" perante os órgãos públicos (fundiários, ambientais, de segurança etc.) e realizasse negócios jurídicos com os empresários interessados em adquirir as terras.  

Com essas procurações, ele apresentava requerimentos de regularização fundiária junto ao Instituto de Terras do Piauí (Interpi), visando a titulação das áreas para o seu grupo criminoso, utilizando-se dos benefícios concedidos pela Lei Estadual nº 7.294/2019. Para tanto, contava com o auxílio e a facilitação obtidos por meio de propina paga a empregado terceirizado do Interpi, técnico em georreferenciamento, que garantia o sucesso do empreendimento.

Para garantir a procedência dos requerimentos junto ao Interpi, por meio da apresentação de provas robustas da posse, o intermediário buscava o auxílio de dirigentes sindicais e funcionários de cartórios da região, que mediante pagamento de valores expressivos (entre 30 mil e 50 mil reais), expediam certidões fraudulentas que atestavam a posse ancestral da área.

Em síntese, os empresários investiam elevadas cifras, mas ainda assim bem abaixo dos valores praticados no mercado, para a aquisição de terras indígenas por meio da utilização de falsos posseiros, que atuavam como "laranjas" de intermediadores, em processos istrativos forjados no Instituto de Terras do Piauí, contando com a participação de agentes públicos com o ao órgão fundiário, além de dirigentes sindicais e funcionários de cartórios de registros públicos.

Fonte: Com informações da PF e do MPF

Compartilhe: 1h35o

Comentar 1f1v1v

0 Comentários 5g5l6u

  1. Nenhum comentário registrado para esta matéria. Seja o primeiro!

Veja Também 2g1c3k

Homem conhecido como Macaxeira é assassinado a tiros no centro de Padre Marcos qv2b

Antônio da Rocha Leal, mais conhecido como Macaxeira, foi executado com vários tiros ontem à noite

Motociclista morre em colisão com carro na zona rural de Geminiano 6m703v

Antônio José do Nascimento, de 61 anos, morreu após a moto que ele pilotava colidir com um carro

Homem é solto em Picos após ar quase um ano preso com processo arquivado 5s4e5s

Defensoria só soube do caso após um alerta vindo do próprio presídio onde homem estava recolhido

Homem é morto com golpes de garrafa em bar na cidade de Santana do Piauí 3j2b3

João Marcos Vieira da Silva era sobrinho do atual secretário municipal de Obras de Santana do Piauí

Acidente com micro-ônibus escolar deixa crianças e adolescentes feridos 2r336f

Imagens de câmeras de segurança capturaram momento do acidente envolvendo o transporte escolar

Mulher é assassinada com mais de 20 facadas em Padre Marcos 5o1an

O suspeito do crime, que tinha um relacionamento com a vítima, está foragido desde domingo, dia 11